Martine Chen, professeur de histoire/geo au Lycée Jean Renoir, à Bondy.
(photo prise pendant un voyage d'études au Mali en 2008)
Le développement de projets numériques et multimédia n’est pas une généralité en France. Cela nécessite des moyens matériels et humains, dont l’Education nationale n’est pas encore dotée, même si l’éducation aux TIC (technologies de l’information et de la communication dans l’éducation) est souvent affichée comme une priorité. Aucun cours n’est dédié à cela, il faut que chaque professeur trouve lui-même les moyens et les moments pour travailler sur ces méthodes avec les élèves. De plus, souvent les professeurs ont peur de se lancer dans de tels projets, car ils ne maîtrisent pas eux-mêmes les outils et se sentent parfois un peu dépassés par leurs élèves. A Bondy, nous avons la chance de mener de tels projets car le Lycée Jean Renoir est un lycée expérimental.
Qu’est ce qu’un lycée expérimental ?
En novembre 2005, suite à la mort tragique de deux jeunes dans une cité de banlieue parisienne, poursuivis par la police, des émeutes violentes éclatent dans les banlieues françaises. Les banlieues, qu’on appelle aussi ici « cités », sont des zones dites difficiles (plus de chômage, d’exclusion, de pauvreté, de problèmes sociaux). L’école y a souvent moins de moyens, les profs qui y sont envoyés sont jeunes et inexpérimentés, les élèves y sont réputés plus durs. Après ces émeutes de 2005, une grande école française (Sciences Po) soutenue par des entreprises privée a eu l’idée de réunir des fonds pour lancer une expérience dans 4 lycées en Seine Saint Denis (département n° 93, autour de Paris, où est Bondy et qui concentre les problèmes des banlieues).
L’expérience consiste à donner des moyens importants (venant des entreprises et non de l’Etat) et plus de liberté aux professeurs pour mener des projets pour re-motiver des élèves défavorisés. C’est donner plus à ceux qui ont habituellement moins. D’où l’organisation de voyages, le lancement de projets où du matériel était nécessaire et des heures pour travailler ensemble.
Aujourd’hui, une réflexion nationale s’est engagée pour savoir comment changer le système des lycées français, les résultats de l’expérimentation à Bondy pourraient inspirer certaines des mesures qui doivent être proposées.
Martine Chen, professora de história e geografia no liceu (ensino médio) Jean Renoir, em Bondy.
(a foto acima foi tirada em 2008, durante uma viagem de estudos em Mali)
O desenvolvimento de projetos multimídia não é uma prática muito comum na França. Para isso, são necessários recursos materiais e humanos que a Educação Nacional ainda não tem, mesmo se a « education aux TIC » (em português, algo como capacitação para utilizar as tecnologias da informação e da comunicação na educação) seja frequentemente apresentada como uma prioridade.
Não existe nenhum curso dedicado ao assunto e cada professor tem que se virar como pode para encontrar os meios e os momentos para trabalhar esses métodos com seus alunos. Além disso, os professores muitas vezes têm medo de se lançar nesse tipo de projeto, porque eles não dominam muito bem as ferramentas, e às vezes se sentem defasados em relação aos alunos. Em Bondy, nós temos a sorte de desenvolver projetos desse tipo porque o 'lycée' (escola do ensino médio) Jean Renoir é experimental.
Mas o que é um 'lycée' experimental ?
Em novembro de 2005, após a morte trágica de dois jovens em uma 'cité' (espécie de 'conjunto habitacional'), vários motins eclodiram na periferia de Paris. As periferias, que a gente também chama de 'cités', são zonas ditas difíceis (mais desemprego, exclusão, pobreza, problemas sociais). Nesses lugares, a escola geralmente tem menos recursos, os professores são jovens e inexperientes, os alunos têm fama de serem mais difíceis. Depois desses motins de 2005, uma grande universidade francesa (SciencesPo), apoiada por empresas privadas, teve a idéia de reunir os fundos para lançar uma experiência em quatro 'lycées' de Seine Saint Dénis (departamento 93, uma região em torno de Paris que inclui Bondy e que concentra os problemas da periferia).
A experiência consiste a fornecer recursos (vindos de empresas, e não do Estado) e dar mais liberdade aos professores para desenvolver projetos que ajudem a motivar os alunos desfavorecidos. Isso significa dar mais àqueles que normalmente têm menos. E é graças a essa experimentação que nós temos a possibilidade de organizar viagens * e de conseguir recursos e tempo para realizar os projetos com os alunos.
Hoje em dia, existe uma discussão nacional sobre as mudanças necessárias nos 'lycées' franceses. Os resultados das experimentações em Bondy poderiam inspirar algumas ações que devem ser propostas.
Liens:
SciencesPo
Lycée Jean Renoir
* Vários alunos do liceu já participaram de viagens de estudo em países como México, China, Senegal e Cuba. Através do site do liceu, é possível acessar os blogs produzidos pelos alunos durante algumas dessas viagens (link Blogs).